O prefeito e um secretário municipal de uma cidade do interior de Minas podem ser afastados de seus cargos por fraude em duas licitações de uma festa junina, evento tradicional no município.
A denúncia do MPMG (Ministério Público de Minas Gerais) envolve, além dos dois agentes públicos, um ex-secretário, a pregoeira, um ex-pregoeiro e quatro empresários. Eles ainda podem ter cerca de R$ 1 milhão bloqueados pela Justiça.  
O prefeito de Buritizeiro e as outras oito pessoas são acusadas de fraudar duas licitações realizadas em 2018 e 2019 para contratação da empresa que seria responsável pela organização e realização do evento "Arraial dos Buritis". O evento, que é tradicional na cidade, acontece uma vez por ano, em junho, e reúne shows, atrações e até um rodeio em um parque de exposições no município. 
Um inquérito foi aberto em setembro de 2019 e, segundo os promotores, mostra que os processos licitatórios foram feitos para beneficar as empresas envolvidas na denúncia. Os atos, segundo o MP, implicam em atos de improbidade administrativa. 
Segundo o promotor João Roberto Silva Júnior houve uma série de fraudes cometidas pelos agentes, como a criação de uma empresa fictícia, a inexistência de orçamento detalhado em planilha, restrição do caráter de competição nas licitações, apresentação de proposta fictícia, dentre outras. 
Ainda de acordo com a ação, o secretário de Buritizeiro exerce atividades incompatíveis com o cargo, incluindo "obtenção de vantagens pessoais". Ele se apresentaria, ainda, para os moradores como responsável pela venda de camarotes empresariais para o evento "destacando até que parcelaria o valor no cartão de crédito”.
Ações
Além do afastamento do secretário municipal de Cultura e do bloqueio de bens, a ação pede a anulação dos contratos firmados em 2018 e 2019 e a condenação de todos os envolvidos por improbidade administrativa. 
A reportagem tenta contato com a Prefeitura de Buritizeiro, mas até agora não obteve retorno.