Fonte: Quem Acontece
Assim como muita gente, Xand Avião teve altos e baixos desde que o distanciamento social começou no Brasil por conta da pandemia do coronavírus, em março deste ano. Em um bate-papo com Quem, o cantor, que contraiu Covid-19 logo no início do isolamento, conta o que ele tirou de positivo deste momento de reflexão da sociedade. Uma dessas coisas foi acabar de vez com a rivalidade entre ele e Wesley Safadão. Xand revela que se tornou amigo do cantor após a live deles juntos.
“O Safadão é um ícone do forró. Ele começou a cantar um pouco depois de mim. Nós nunca fomos inimigos, mas também não éramos amigos. Nós competíamos, porque somos do mesmo mercado de banda de forró. Sempre nos respeitamos, mas nunca fomos amigos de se falar todos os dias. Hoje já somos. Depois da live isso aconteceu naturalmente. Ela serviu para aproximar muito a gente”, comemora.
Xand, que acaba de lançar um CD promocional cantando sucessos de outros artistas, diz que sente muita falta do palco. “Nunca imaginei nem nos piores pesadelos ficar tanto tempo parado, principalmente na época de São João. Tinha 36 shows fechados no período de junho. Vai fazer quase seis meses que eu não faço show, só live. Estou sofrendo muito porque não tem tecnologia no mundo que substitui o calor do público. Está bem estranho”, admite.
O músico confessa ter tido seu momento mais depressivo na pandemia. “Tive várias fases. Peguei coronavírus logo no começo da pandemia no Brasil, no dia 15 de março. Eu e minha esposa (Isabele Temóteo) testamos positivo, mas meu filhos não. A gente achou que quando fosse lá para maio, tudo iria voltar, poderíamos viajar de férias. Quando chegou final de abril e o começo de maio, pirei o cabeção”, relembra.
O artista afirma que muitas pessoas dependem de sua fonte de renda vinda dos shows. “Não é só por ficar em casa, mas meu pai depende de mim, ajudo minha irmã, tenho várias pessoas da minha família que dependem de mim. Tive que organizar minha cabeça para saber o que iria fazer financeiramente falando. Povo acha que a gente é milionário, mas tem várias pessoas que dependem da gente por trás. Além da minha família, tem meus músicos, técnicos, meu escritório. Com o dinheiro das lives, estou tentando manter a parte técnica, meus músicos. Estou os segurando, porque eles estão comigo há muitos anos. Mas está apertado. Fácil não está”, desabafa.
Para Xand, além da dificuldade de manter a empresa, a pior de suas angústias foi ao ver sua mulher debilitada com o vírus ainda em março. “Em relação a mim, não tive medo, mas a Isabele ficou bem ruim. Ela ficou com quase 70% dos pulmões comprometidos e ela não estava querendo me falar. Eu só senti febre. Essa doença ataca de organismo para o outro de forma diferente. A Isabele ficou com falta de ar e pediu para ir ao hospital. Aí fiquei com medo. Ao ver a minha companheira e mãe dos meus filhos assim”, relata.
“Quando me vi dentro da minha casa com minha esposa sem poder chegar perto dos meus filhos, foi uma coisa horrível. Você pode ter todo dinheiro do mundo que ele não vale nada, se você não puder nem abraçar seus filhos. O que eu tirei de lição é que o que vale nessa vida é a nossa saúde. E nenhum dinheiro no mundo compra a saúde. Tanta gente com dinheiro morrendo na UTI com esse vírus”, conclui o músico, que agora intensificou o hábito de andar de bicicleta para manutenção da saúde após o susto.