Diante da retomada das discussões sobre o uso da cloroquina como um tratamento para a Covid-19, o médico infectologista Jean Gorinchteyn acredita que até encontrarmos uma vacina, a saída para o tratamento da doença pode vir a ser um coquetel de remédios, como o usado contra a Aids como uma maneira de bloquear os efeitos do vírus no corpo.

“A verdade que assim como na Aids, seja preciso contra o coronavírus associar as medicações e fazer um coquetel para bloquear os vários ciclos do vírus.”

Ele cita que um dos últimos estudos publicados sobre a cloroquina mostrou que o grupo que tomou o remédio teve melhora no quadro da doença similar ao do grupo de controle, que tomou medicamento placebo.

“O último estudo feito sobre a cloroquina foi publicada na revista médica JAMA, que concluiu que não houve resposta melhor contra a doença em pacientes que tomaram a cloroquina em comparação com o grupo controle. Isso mostrou que apesar da medicação, essas pessoas evoluíram com, sem ou apesar da droga”.

Mesmo não se mostrando um entusiasta do uso da cloroquina em pacientes no início da doença, Gorinchteyn elogiou a posição Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) sobre o medicamento, e ressaltou que ele deve ser usado com método e seguindo protocolos. “A agência, de forma elegante, se colocou liberando o uso, mas alertando que o uso contra a Covid-19 não consta em bula e que é preciso utilizar protocolos de estudos e se atentar a segmentação de pacientes.”

Ele também citou o remédio remdesivir como alternativa para o tratamento da doença, dizendo que estudos americanos mostraram que o medicamento diminuiu o curso da doença de 15 para 11 dias, e diminuiu a taxa de mortalidade do coronavírus em 8%.